Busto de Evaristo de Moraes, escultura de Evandro Carneiro
Quando fui levado ao Salão dos Passos Perdidos, onde deveria ficar o busto do Dr. Evaristo, percebi que a escultura teria que ter força proporcional à densidade daquele ambiente.
A questão não seria apenas a de reproduzir a figura, como num “retrato falado”, onde a preocupação com pormenores leva a lugar nenhum. Eu teria que criar uma imagem de silhueta bem definida, linear, fechada em si mesma, grande, maior que o natural, com progresso de planos e sombras, porém sem perder os sinais característicos do retratado.
À maneira de nossos antepassados pré-históricos, que criavam a imagem do objeto desejado para facilitar sua captura, nós o criamos para glorificar a vida e honrar os mortos. Buscamos penerizar não somente o real ou o ideal, mas, fundamentalmente, as características subjetivas e sutis da personalidade, porque só a arte as torna visíveis, exatamente por não pretender reproduzir a existência, a arte, apenas simboliza.”