Deve ter havido a sua representação primeira na arte rupestre. No rolar dos tempos, a própria história das artes se enriqueceu com a apropriação plástica da mulher, através de obras que a desnudam expondo a sensualidade e o equilíbrio das formas, e o erotismo sugerido. Nossa pré-adolescência regalava-se com a ida aos museus. Nem tanto pela visita, imposição dos mais velhos como primeiro banho cultural.
Os corpos femininos esculpidos tornavam-se atrevidamente quentes na brancura fria do mármore ou no patinado do bronze.
Iniciação sexo-visual em que a reprodução davinciana da estátua de Davi provocava risinhos nervosos nas meninas.
Da antiguidade clássica aos tempos da computer art – explodindo nos clips da TV – aí estão eles, corpos e torsos, a enriquecer o olhar. Para que braços, Vênus de Milo, se os nossos é que te querem apertar?
Aqui está a mostra especial do eterno feminino neste espaço da Barra, em mármore e granito, despojado e acolhedor. Bruno, Ceschiatti, Agostinelli, Evandro e Sonia nos revelam o seu sentir e nesse criar mexem e remexem o espectador. Estimulam a reflexão e o prazer ante o bronze eternizando o feminino.